Por Marco Speziali
A tragédia que assolou o Rio Grande do Sul recentemente trouxe à tona uma reflexão inevitável: a que ponto chegamos como sociedade? O ser humano, supostamente dotado de empatia e compaixão, parece estar cada vez mais distante desses valores essenciais.
O saqueamento de casas de vítimas de enchentes é um ato que choca pela sua crueldade e falta de humanidade. O que leva alguém a se aproveitar da desgraça alheia, a tirar proveito da dor e do sofrimento de seus semelhantes? Aonde foi parar a solidariedade, a compaixão, a capacidade de se colocar no lugar do outro?
É inegável que vivemos em uma sociedade cada vez mais individualista e egoísta. O culto ao sucesso pessoal, ao acúmulo de bens materiais, parece ter se sobreposto à importância das relações humanas, da solidariedade, da compaixão. A competitividade exacerbada, a busca incessante pelo poder e pelo status, têm nos tornado seres cada vez mais insensíveis e indiferentes ao sofrimento alheio.
Mas, mais do que apontar o dedo e lamentar a falta de compaixão do ser humano, é preciso refletir sobre as raízes desse problema. A desigualdade social, a falta de oportunidades, a falta de educação e de valores éticos são fatores que contribuem para o surgimento desse tipo de comportamento desumano.
É urgente que repensemos nossas prioridades e nossos valores como sociedade. É preciso resgatar a solidariedade, a empatia, a compaixão como pilares fundamentais de nossa convivência em sociedade. Somente assim poderemos construir um mundo mais justo, mais humano, onde a dor do outro seja sentida como nossa própria dor, e onde a compaixão seja a força motriz de nossas ações.
Belo texto