Por Marco Speziali
Os dados recentemente divulgados pelo G1 sobre o número alarmante de casos de estupro infantil no Rio de Janeiro são verdadeiramente chocantes e exigem uma resposta urgente e eficaz. Em apenas um ano, quase 9 mil crianças se tornaram vítimas desse crime terrível, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP). Esses números são mais do que estatísticas; são histórias de dor, trauma e violação dos direitos mais básicos das crianças.
Cada denúncia de violência sexual representa uma vida devastada, uma infância roubada e um futuro comprometido. O fato de que, em média, uma denúncia é feita por hora no estado do Rio de Janeiro é um claro sinal de uma crise que não pode ser ignorada. Precisamos reconhecer a gravidade desse problema e agir com determinação para enfrentá-lo.
É fundamental que as autoridades intensifiquem os esforços de prevenção, investigação e punição dos responsáveis por esses atos abomináveis. Isso inclui o fortalecimento das políticas de proteção às crianças, o apoio às vítimas e suas famílias e a garantia de que haja recursos adequados para lidar com essa questão de forma abrangente.
Além disso, é necessário um esforço conjunto da sociedade, das instituições e da mídia para conscientizar e educar sobre a prevenção da violência sexual infantil, promover a denúncia de casos e combater a cultura do silêncio e da impunidade.
A proteção das crianças é uma responsabilidade coletiva que não pode ser negligenciada. Devemos trabalhar incansavelmente para criar um ambiente onde todas as crianças possam crescer com segurança, dignidade e oportunidades para um futuro brilhante.
Araceli Cabrera Sánchez Crespo, que tinha apenas 8 anos quando foi sequestrada, drogada, violentada e morta em Vitória, no Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973.
Maio Laranja
O Maio Laranja é a campanha de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e tem o dia 18 de maio como data nacional de mobilização e conscientização.
A campanha nasceu em memória de Araceli Cabrera Sánchez Crespo (A menina da foto acima), que tinha apenas 8 anos quando foi sequestrada, drogada, violentada e morta em Vitória, no Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973.
Quase 20 anos depois, em 1991, os 3 réus foram absolvidos, e o crime segue sem punição até hoje.
Subnotificação
Segundo a Unicef, apenas 7 a cada 100 casos chegam à polícia — menos de 10%. A dificuldade em denunciar tem muitas camadas, segundo os especialistas: crianças que não entendem o que aconteceu, vítimas ameaçadas e até a conivência de outros familiares são barreiras.
Com isso, milhares de casos seguem subnotificados, o que aumenta a impunidade – sequer são investigados.